Na última
quarta-feira (11/05), os alunos do 3º ano do Curso Técnico em Meio Ambiente da
EEEP Francisca Rocha Silva participaram de um Seminário que a Assembleia
Legislativa do Ceará realizou, por meio da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento do Semiárido. O Seminário: Agrotóxicos e Saúde, com o médico e
professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Wanderlei Pignati,
especialista na área de Saúde Coletiva.
O evento aconteceu no auditório
Deputado João Frederico Ferreira Gomes e contou com a presença dos deputados
Dra. Silvana (PMDB), Renato Roseno (Psol), requerente do seminário, e Zé Ailton
Brasil (PP).

Para a presidente da Comissão de
Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, deputada Dra. Silvana, o evento
representa uma luta abraçada pela Comissão, que é aprovar a suspensão do uso de
pulverização aérea no Ceará.
"É uma coisa que nos envergonha, frente ao
País e ao nosso Estado, quando a gente vê que existe uma comprovação da relação
entre agrotóxicos e câncer, principalmente o câncer hematológico",
destacou.

O deputado Renato Roseno, autor do
projeto de lei nº18/2015, em tramitação na Assembleia, que proíbe a
pulverização aérea, ressaltou a importância de informar a população sobre a
larga utilização de agrotóxicos na produção de alimentos.
"O mercado se
utiliza inclusive de tecnologias e componentes químicos que já foram banidos em
grande parte do mundo, mas ainda são liberados no Brasil. Isso tem um impacto
muito negativo", ressaltou.


Em sua fala, o professor Wanderlei
Pignati trouxe exemplos de experiências com a pesquisa realizada na UFMT pelo
Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast), como a que é
atualmente feita no Parque Indígena do Xingu, onde, de acordo com o professor,
há casos de intoxicação e morte de indígenas.
"Quando a gente faz
algumas análises de correlação, os municípios e regiões que mais consomem
agrotóxico são exatamente os que têm mais casos de câncer e má formação",
afirmou.

O seminário também contou com um
painel acadêmico-popular, no qual foram apresentadas pesquisas realizadas no
Ceará. Participaram do painel Raquel Rigotto, professora da Universidade
Federal do Ceará (UFC); Gizeuda Freitas, professora do Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE); Mirem Uribe, médica
epidemiologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC) e da Secretaria da Saúde
do Estado do Ceará; Socorro Guimarães, representante da comunidade do Tomé, em
Limoeiro do Norte, e Maria Graciete Barbosa, representante da comunidade Sítio
São José, em Tianguá.
A organização do evento contou com a
parceria do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido, Movimento.